Contemplação I – Universo Particular

Contemplação I – Universo Particular

R$ 90,00

Anjos e seu simbolismo
Neide Medeiros Santos
O psicanalista Carl Gustav Jung considerava que pintar o que vemos diante de nós é uma arte diferente de pintar o que vemos dentro de nós. A proposta de Alan Suassuna, com esse livro que reúne pintura e poesia – Contemplação I – Universo Particular –, está bem próxima do conceito junguiano, ele pinta o que está no seu interior. Alan explica como tudo começou. Os anjos surgiram na década de 90 quando estava manipulando um software chamado Paintbrush criando formas geométricas, e eles foram aparecendo de forma constante. Em 2011, recebeu um bloco de papel para pintura de sua Irmã caçula Talita com alguns lápis de pastel oleoso, e foi este presente que acendeu o desejo de continuar pintando anjos.

Os anjos são seres espirituais, portadores de inocência e pureza.

O artista / poeta vem de uma família de artistas e pintores. São cinco irmãos, todos se dedicam à arte da pintura, mas cada um tem uma maneira peculiar de externar sua arte. Já sabíamos de sua veia artística na pintura e na música, aqui ele também se revela na arte da linguagem com a inclusão de vários poemas, pediu a colaboração de um amigo fraterno para enriquecer o aspecto literário da obra. Dorian Dorison (heterônimo do poeta) colaborou com 22 poemas, Alan escreveu 25.

O livro se compõe de pinturas e poemas, é um livro de arte em mão dupla. A pintura e a poesia convivem fraternalmente, formam um segundo tom, um contraponto, um enlace harmonioso entre duas artes que se complementam. Os poemas de Dorian Dorison são mais complexos, com linguagem erudita, Alan fez a opção por uma linguagem mais rimada, mais musical.

Cada pintura vem acompanhada de uma interpretação do autor e traz um poema de Alan ou de Dorian Dorison. Essa interpretação da obra pode suscitar outras interpretações. A verdadeira obra de arte é uma obra aberta sujeita a interpretações múltiplas.

Os anjos pintados por Alan carregam o simbolismo do que se passa no seu íntimo, são fragmentos de uma mente dividida entre o Ser e o Parecer, entre o que está escondido na pintura e nas tessituras das palavras. É o não dito, o que sugere, o que leva a pensar.

O livro se fecha com fotos de seus familiares, fotos tiradas na sua infância, cercado pelo carinho dos pais e dos irmãos. Não falta o registro fotográfico de exposições, de Solange e das cachorrinhas Mika e Ariana.

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